Por contraceção entende-se o conjunto de métodos utilizados voluntariamente por uma pessoa para evitar que uma relação sexual conduza a uma gravidez. Convém referir que alguns dos métodos aqui apresentados servem também para proteger contra infeções sexualmente transmissíveis (IST), tais como os preservativos, ou para planear uma gravidez (métodos naturais).

CARACTERÍSTICAS

Em matéria de contraceção, nem sempre é fácil saber qual o melhor método para cada caso. Apresentamos em seguida as características específicas de cada método contracetivo para a informar e ajudar a escolher um método adequado às suas necessidades. Saiba que a escolha é sua e que pode sempre mudar de método, fazer perguntas e falar sobre estas questões. Consulte a página “Informe-se” para obter mais informações.

Compatibilidade contracetiva

A utilização de um método contracetivo é um assunto importante que deve discutir com os seus parceiros sexuais. Com efeito, não há formas melhores ou piores de gerir a fertilidade desde que tudo esteja claro entre as pessoas envolvidas. Assim, poderá valer a pena combinar diferentes métodos contracetivos, seja para aumentar a probabilidade de evitar uma gravidez, partilhar a responsabilidade contracetiva ou evitar contrair ou transmitir uma infeção sexualmente transmissível (IST). A utilização concomitante de determinados métodos pode aumentar a eficácia, mas cuidado, a utilização simultânea de certos métodos também pode reduzir a sua eficácia! Em seguida apresentamos uma tabela que indica quais os métodos que podem ser utilizados em conjunto. Se tiver dúvidas, não hesite em consultar o seu médico ou um profissional de saúde.

Quando é que se deve utilizar um contracetivo de emergência?

O contracetivo de emergência visa impedir o encontro entre um óvulo e um espermatozoide OU a implantação de um óvulo fecundado na parede interna do útero (endométrio). Há outros métodos contracetivos que utilizam os mesmos mecanismos, mas são utilizados antes de uma relação de risco, enquanto os contracetivos de emergência são utilizados após uma relação sexual. No entanto, convém referir que um óvulo fecundado que se implantou no endométrio constitui uma gravidez. Logo, o contracetivo de emergência não terá nenhum efeito sobre uma gravidez que já se iniciou. Se estiver nessa situação, consulte a página «gravidez indesejada».

Há dois métodos principais de contraceção de emergência:

São muitas as situações que podem tornar necessária utilização de um contracetivo de emergência. Consulte a tabela abaixo para saber quais são as circunstâncias que podem fazer com que o seu método contracetivo possa não ter funcionado.

* Relações sexuais sem um método contracetivo complementar (por exemplo, sem preservativo).

** Atenção: algumas minipílulas à base de desogestrel admitem um atraso até 12 horas (ou até 36 horas após a toma do último comprimido). Leia o folheto informativo da sua pílula ou consulte o seu médico ou farmacêutico.

*** Se o seu parceiro retirou o preservativo sem o seu consentimento e continuou a penetração sem preservativo, o Código Penal e a jurisprudência do Luxemburgo podem equiparar esse ato a uma violação ou a agressão física, em determinadas circunstâncias. 

Foire aux questions

Como gerir a toma da pílula em caso de viagem para um país com uma diferença horária?

O coito interrompido é um método eficaz?

O coito interrompido consiste em retirar e afastar o pénis da vagina e das zonas circundantes (vulva, ânus) antes da ejaculação. O objetivo é que o esperma não entre em contacto com a vagina a fim de minimizar os riscos de gravidez. Contudo, este método não é seguro, pois o líquido pré-ejaculatório (pequena quantidade de líquido segregado pelo pénis antes da ejaculação) pode conter espermatozoides que poderão alcançar a vagina ou a entrada da vagina. Apesar de haver menos espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, pode dar-se uma fecundação. A eficácia deste método depende da capacidade do parceiro de o aplicar corretamente, retirando o pénis a tempo e evitando ejacular na vulva ou na vagina. É necessário um grande controlo num momento geralmente associado a um relaxamento, o que pode dificultar a sua correta aplicação de forma sistemática. Assim, considera-se que este método apresenta uma eficácia reduzida quando comparado com outros métodos.

Convém sublinhar que o coito interrompido não protege contra as infeções sexualmente transmissíveis (IST).

As hormonas podem causar coágulos sanguíneos?

Em primeiro lugar, importa recordar que a toma de um método contracetivo implica uma consulta com um profissional de saúde. O objetivo desta consulta é fazer um balanço destinado, antes de mais, a proteger a saúde da pessoa que solicita a contraceção. 

A toma de uma contraceção hormonal tem, como a de qualquer outro medicamento, algumas contraindicações que serão passadas em revista pelo seu médico (p. ex., o tabagismo). Além disso, é também útil conhecer os antecedentes familiares no que diz respeito à saúde. 

Um coágulo sanguíneo é uma pequena massa de sangue que pode eventualmente obstruir um vaso sanguíneo e impedir o fluxo de sangue e oxigénio para as diferentes partes do organismo. Dependendo da localização do coágulo sanguíneo, pode tratar-se de um acidente cardiovascular (cérebro), de uma flebite (pernas) ou de uma embolia pulmonar (pulmões).

Eis alguns dados para que possa compreender o risco que corre ao tomar uma contraceção hormonal: 

  • Uma mulher que não toma contraceção hormonal: 1 a 10 mulheres/10 000
  • Uma mulher que toma a pílula: 10 a 15 mulheres/10 000
  • Uma mulher grávida:  10 a 20 mulheres/10 000
  • Uma mulher puérpera: 440 mulheres/10 000

Assim, a toma de contraceção hormonal aumenta ligeiramente as probabilidades de formação de coágulos sanguíneos. No entanto, convém comparar estes riscos com os benefícios e, sobretudo, falar com o seu médico a este respeito!

Estou protegida contra uma gravidez enquanto estiver a amamentar?

Ainda que a probabilidade seja reduzida, é possível engravidar durante a amamentação. Seguindo um regime de amamentação específico, a sucção do seio pelo recém-nascido produz uma hormona chamada prolactina. Esta hormona tem a particularidade de induzir uma interrupção da ovulação (anovulação). Esta amamentação pode, então, ser utilizada como método contracetivo temporário. Este método contracetivo designa-se «MAMA», isto é, «método de amamentação maternal e amenorreia». Para garantir a sua eficácia, é primordial respeitar algumas condições rigorosamente:

  • A ausência total do regresso da menstruação 
  • O bebé tem de ter menos de seis meses 
  • O bebé tem de ser exclusivamente alimentado com leite materno por sucção do seio, várias vezes ao dia e a intervalos estritos e regulares. 

Pode ser acompanhada e seguida por um profissional de saúde a fim de obter mais informações.

É difícil prever o momento do regresso da ovulação e pode dar-se o caso de isso acontecer logo no primeiro mês após o parto. Por conseguinte, é possível engravidar. Assim, recomendamos que utilize sempre outro método contracetivo durante a amamentação, mesmo exclusiva. Para mais informações sobre os métodos de contraceção que podem ser utilizados após o parto, consulte o sítio seguinte (em inglês): https://postpartumfp.srhr.org/.

Porque é que se fala na geração da pílula?

As pílulas combinadas da primeira geração foram concebidas nos anos 50. Desde então, já surgiram pílulas de segunda, terceira e quarta gerações. As gerações da pílula distinguem-se pela sua composição molecular.

As pílulas de terceira e quarta geração foram recentemente objeto de críticas porque se observou um ligeiro aumento dos riscos de trombose em comparação com as pílulas de segunda geração. Para qualquer questão sobre esta matéria, contacte o seu médico. Existem muitas pílulas! 

Nunca mais quero ter menstruação. Posso usar um método contracetivo estroprogestativo (pílula combinada, adesivo ou anel vaginal) de forma contínua durante anos?

Não há qualquer contraindicação médica para a toma da pílula sem pausas para adiar a menstruação. Contudo, se tomar a pílula continuamente durante um longo período, o risco de ter pequenas perdas de sangue irregulares aumenta. (ver https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25072731/)

A contraceção hormonal engorda?

As primeiras gerações de pílulas continham doses hormonais mais fortes do que atualmente. Por vezes, provocavam efeitos secundários muito desagradáveis para as mulheres. Presentemente, durante os primeiros ciclos após o início da toma da pílula, as mulheres podem notar um ligeiro aumento de peso que, em média, pode chegar a dois quilos. Este aumento de peso é explicado pelos estrogénios presentes em alguns contracetivos hormonais, que podem efetivamente provocar retenção de líquidos. Convém sublinhar que o aumento de peso pode ter várias explicações. Assim, esteja atenta a todas as causas que possam justificar um aumento de peso. Caso tenha perguntas ou dúvidas, não hesite em consultar o seu médico. 

Não é mais simples não usar um método contracetivo e tomar a pílula de emergência após as relações?

A pílula de emergência é um método contracetivo de emergência, ou seja, no caso de o método contracetivo usado para evitar uma gravidez não ter funcionado (por exemplo, esqueceu-se de tomar a pílula, rompeu-se o preservativo, etc.) ou de ter tido relações sexuais sem qualquer método contracetivo, o que pode ter como consequências uma gravidez. Se tem alguma dúvida quanto à eventual necessidade de tomar uma pílula de emergência, não hesite em falar com um profissional de saúde ou um farmacêutico. O importante é fazer as suas perguntas o mais rapidamente possível, sabendo que a eficácia da pílula de emergência diminui com o tempo. Por outras palavras, quanto mais tempo esperar para tomar a pílula de emergência, menor será a probabilidade de esta funcionar (no máximo três a cinco dias após a relação sexual de risco). 

Utilizamos em simultâneo um preservativo masculino e um preservativo feminino. É bem pensado, não é?

Infelizmente, não! Há um risco grande de um dos preservativos se romper. Utilize apenas um preservativo, aquele que for mais conveniente para si.

A contraceção hormonal diminui o desejo sexual?

Cada vez mais mulheres dizem sentir uma diminuição do desejo sexual quando tomam contracetivos hormonais. São poucos os estudos que realmente se debruçaram sobre este tema. Não podemos negar as vivências das mulheres. Por outro lado, convém lembrar que o desejo sexual não é uma questão puramente hormonal. Assim, para algumas mulheres, o facto de saberem que utilizam um contracetivo fiável permite-lhes estar mais seguras e tranquilas e, por conseguinte, ter relações sexuais mais satisfatórias.

Como funciona a pílula de emergência?

A pílula de emergência permite retardar a ovulação mediante a ação de hormonas progestativas. Assim, deve ser tomada o mais rapidamente possível após as relações sexuais não protegidas.

A saber: A pílula de emergência não é uma pílula abortiva. Por outras palavras, se o óvulo já estiver fecundado, o seu efeito poderá ser o de reduzir as probabilidades de nidação (implantação do embrião na parede do útero). Por outro lado, se o embrião já estiver no endométrio (parede do útero), a pílula de emergência não terá então qualquer efeito, pois a gravidez já teve início.

Assim se explica que a pílula de emergência não seja 100 % eficaz.

Se utilizou uma pílula de emergência recentemente, recomenda-se vivamente que faça um teste de gravidez 19 dias após a toma para verificar se a pílula funcionou.

A pílula de emergência pode ser utilizada frequentemente?

Algumas pessoas utilizam a pílula de emergência como método contracetivo ocasional. A utilização da pílula de emergência não é perigosa para a saúde, mesmo que seja tomada mais do que uma vez no mesmo mês. Tal deve-se ao facto desta pílula ser composta apenas por progesterona. Esta hormona sintética não está tem contraindicações, razão pela qual a sua venda é livre nas farmácias (ou seja, não é necessária receita médica). Os efeitos secundários podem manifestar-se após a toma, mas normalmente desaparecem nas primeiras 24 horas.

Convém referir que a pílula de emergência não protege contra as infeções sexualmente transmissíveis (IST). A pílula de emergência não tem efeitos sobre as relações sexuais não protegidas a seguir à toma. Trata-se de um método contracetivo «após» as relações sexuais.

Utilizo um método contracetivo hormonal. Tomei a pílula de emergência. Devo continuar a utilizar o contracetivo hormonal como habitualmente?

A resposta a esta pergunta depende do tipo de pílula de emergência que tomou.

Se tomou a pílula progestativa Norlevo© (que pode ser tomada até 72h após as relações sexuais de risco), deve utilizar um método barreira nos sete dias seguintes (por exemplo, preservativo) E continuar a tomar a sua contraceção hormonal habitual da seguinte forma:

  • Se toma a minipílula ou a pílula combinada, pode continuar o seu blister como habitualmente.
  • Se utiliza o adesivo, deve aplicar um novo adesivo.
  • Se utiliza o anel vaginal, deve inserir um novo anel.

Se tomou a pílula Ellaone© (acetato de ulipristal) (que pode ser tomada até cinco dias após a relação sexual de risco), deve utilizar um método barreira e esperar seis dias para retomar a sua contraceção hormonal habitual. Depois de retomar a contraceção hormonal, deve esperar sete dias para poder ter relações sexuais sem um método barreira.

Tenho uma pílula de emergência comigo e vou ter relações sexuais não protegidas. Posso tomá-la antes relações sexuais a título preventivo?

Não. A pílula de emergência deve ser tomada após as relações sexuais não protegidas. Se for tomada antes, não terá qualquer efeito contracetivo, ou seja, não evita uma gravidez.

É possível deixar de ter menstruação?

Alguns métodos contracetivos podem eliminar a menstruação, se forem usados de forma contínua. É o caso do DIU hormonal, do implante e dos progestativos injetáveis.

Com outros métodos contracetivos, como as pílulas, o adesivo ou o anel vaginal, é possível adiar a menstruação por um ou vários ciclos. Fale com o seu médico sobre este assunto.

Tenho perdas de sangue fora do período menstrual. É normal?

É possível que ocorram perdas de sangue fora do período menstrual, chamadas spotting. Regra geral, estas perdas de sangue não são graves nem perigosas para a saúde e muitas mulheres referem ter este género de sintomas, quer utilizem um método contracetivo ou não. Resultam simplesmente de um desequilíbrio hormonal provocado por uma alteração na contraceção hormonal, uma alteração emocional ou muito stress, um desfasamento horário, ter iniciado um mês suplementar de contraceção hormonal sem ter feito uma pausa, etc. 

Algumas mulheres também podem ter perdas de sangue aquando da ovulação, que não são perigosas.

Caso esteja preocupada com as perdas de sangue fora do período menstrual, não hesite em falar com o seu médico.

Se tiver perdas de sangue fora do período menstrual (spotting), devo parar a minha contraceção hormonal durante alguns dias?

Não, de modo nenhum! Se deixar de utilizar um método contracetivo hormonal (pílula, adesivo, anel) durante algumas horas, é possível que ocorra uma ovulação e isso interrompe a sua proteção contracetiva. É importante continuar a sua contraceção como habitualmente, mesmo que tenha spotting durante dois ou três dias. Caso esteja preocupada com as perdas de sangue, não hesite em falar com o seu médico.

Posso fumar e tomar um contracetivo hormonal?

O tabagismo é uma contraindicação para a contraceção hormonal estroprogestativa (pílula combinada, adesivo, anel vaginal) após os 35 anos. Com efeito, o envelhecimento natural dos vasos sanguíneos, associado ao tabaco e aos estrogénios, pode aumentar o risco de formação de coágulos sanguíneos responsáveis por acidentes cardiovasculares (cérebro), flebites (pernas) ou embolias pulmonares (pulmões). Em regra, considera-se que a partir dos 35 anos, as pessoas fumadoras que utilizem um contracetivo estroprogestativo devem considerar outros métodos contracetivos a fim de diminuir os riscos para a saúde. 

Até aos 35 anos, é possível utilizar uma contraceção hormonal estroprogestativa mesmo que a pessoa fume, mas o risco de complicações ao nível dos vasos sanguíneos é mais elevado do que para quem não fuma.

Caso esteja nesta situação, não hesite em contactar o seu médico. Há várias alternativas!

O que devo fazer se me esquecer de tomar a pílula?

Caso se tenha esquecido de tomar a pílula, é necessário ter em conta vários fatores: ter tido relações sexuais no dia em que se esqueceu de tomar a pílula ou nos sete dias anteriores, o tipo de pílula que toma, a semana da pílula na qual está, etc. Convém consultar o folheto informativo da pílula ou um profissional de saúde.

Deixa de estar protegida caso se tenha esquecido de tomar a pílula combinada há mais de 12h ou a minipílula há mais de três horas. Tome a pílula esquecida logo que possível, mesmo que isso signifique tomar o comprimido esquecido e o comprimido seguinte ao mesmo tempo.

Caso não tenha tido relações sexuais no dia em que se esqueceu de tomar a pílula e/ou nos sete dias anteriores, continue a tomá-la, mas utilize um preservativo durante sete dias. Deve tomar sete pílulas de cor consecutivas após um esquecimento. Se chegar ao fim da embalagem após um esquecimento, não terá de tomar as pílulas brancas/placebo (ver pergunta seguinte). Em vez disso, deve iniciar uma nova embalagem. Atenção, nem todas as pílulas têm comprimidos placebo! Se não tem pílulas brancas/placebo, continue a tomar o blister sem fazer qualquer pausa.

Se tiver tido relações sexuais no dia em que se esqueceu de tomar a pílula e/ou nos sete dias anteriores, consulte um profissional de saúde para saber o que fazer. Se a relação sexual teve lugar recentemente, pode dirigir-se a uma farmácia ou ao centro de planeamento familiar para tomar uma pílula de emergência. Até lá, continue a tomar a pílula e, se tiver relações sexuais, use um preservativo. Caso se tenha esquecido de duas ou mais minipílulas, é essencial que contacte o seu médico ou um centro de planeamento familiar para saber o que fazer. No caso da pílula combinada, se a pílula esquecida for branca/placebo, não há quaisquer consequências.

O que é uma pílula placebo?

As pílulas placebo são uma série de sete pílulas (por vezes, menos), geralmente de cor branca (ou de cores diferentes daquelas das pílulas que contêm hormonas). Encontram-se em determinadas embalagens de pílulas combinadas e servem para conservar o hábito da toma da pílula todos os dias durante o período menstrual artificial (hemorragias de privação*). Não é obrigatório tomar estas pílulas, mas é necessário respeitar o número de dias de pausa. Atenção: as minipílulas (que contêm apenas progesterona) não têm pílula placebo.

* As perdas de sangue, ou hemorragias de privação, ocorrem mensalmente quando se deixa de tomar um contracetivo hormonal. Não se trata, na realidade, de menstruações como as que ocorrem sem contracetivo hormonal e são normalmente menos prolongadas.

Um método contracetivo hormonal ajuda-me a ter menstruações menos dolorosas e mais regulares?

A maioria dos métodos contracetivos hormonais proporciona um ciclo mais previsível e, por vezes, também menos doloroso. Quando começa a tomar uma contraceção hormonal, podem ocorrer perdas de sangue irregulares fora do período menstrual (spotting) nos primeiros meses.

O que fazer em caso de gravidez indesejada?

No Luxemburgo, qualquer pessoa tem a liberdade de escolher, sem coação, se deseja ou não prosseguir a gravidez. Atenção! A interrupção voluntária de gravidez (IVG) não é um método contracetivo. Consultar a página «Gravidez indesejada» para mais informações. 

Posso engravidar após uma felação?

Não. Não é possível engravidar, porque após a felação o esperma não está em contacto com a entrada da vagina. Contudo, se praticar a felação sem preservativo corre o risco de contrair uma IST.

É possível engravidar mesmo que não tenha havido penetração?

Sim, é possível engravidar caso o esperma tenha estado em contacto com a entrada da vagina e os espermatozoides tenham subido até ao útero. Convém ainda recordar que os espermatozoides podem estar igualmente presentes no líquido pré-ejaculatório (líquido que lubrifica o pénis antes da ejaculação). São menos, mas, ainda assim, podem gerar uma gravidez.

Além disso, os espermatozoides podem sobreviver até cinco dias após a relação sexual ao nível dos órgãos genitais internos, pelo que existe o risco de gravidez em caso de esquecimento de toma da pílula nos cinco dias seguintes a uma relação sexual.

É igualmente importante sublinhar que, pelos mesmos motivos, é possível engravidar mesmo que tenha havido uma penetração com coito interrompido e sem preservativo interno ou externo.

Tenho relações sexuais não protegidas durante a menstruação. Posso engravidar?

Se não usar um método contracetivo, sim, pode engravidar se tiver relações sexuais não protegidas durante a menstruação. Com efeito, os espermatozoides podem sobreviver vários dias no útero e pode haver uma ovulação nos dias seguintes à menstruação.

Se usar um método contracetivo hormonal, não, exceto se não tiver tomado corretamente a sua contraceção.

Uma adolescente pode engravidar durante os primeiros ciclos e antes da sua primeira menstruação?

Sim, é possível engravidar até antes dos primeiros ciclos. Com efeito, no ciclo menstrual, a ovulação ocorre cerca de 14 dias antes da menstruação. Assim, a primeira ovulação ocorre cerca de 14 dias antes da primeira menstruação e o óvulo pode ser fecundado nesse momento.

A partir da primeira ovulação, é possível engravidar em todos os ciclos seguintes até à menopausa, se não for utilizado nenhum método contracetivo.

Qual o método contracetivo que devo usar, se mudar de parceiro sexual com regularidade?

O melhor método contracetivo é aquele que decidir usar e o que for mais conveniente para si. Não há melhor método de contraceção, quer tenha um ou mais parceiros.

Se mudar de parceiro sexual com regularidade, deve ter cuidado para se proteger contra infeções sexualmente transmissíveis (IST), utilizando, por exemplo, métodos barreira, preservativo interno, preservativo externo ou barreira bucal em função das práticas. A despistagem é outra forma de verificar a sua saúde sexual e de proteger também os seus parceiros.

É possível conjugar vários métodos contracetivos?

Sim, é possível conjugar alguns métodos contracetivos para aumentar a respetiva eficácia. Contudo, tal não se aplica a todos os métodos contracetivos. A combinação de métodos que não se destinam a ser combinados pode aumentar os riscos de gravidez indesejada.

Por exemplo, o preservativo externo (masculino) e o preservativo interno (feminino) não podem ser utilizados simultaneamente porque isso aumenta o risco de o preservativo se romper.

Em contrapartida, o preservativo externo ou interno pode ser utilizado com um método hormonal (pílulas, DIU, anel, adesivo, implante). O preservativo combina a contraceção e a proteção contra as IST.